Aproveitamento de resíduos agrícola


É notória a preocupação ambiental no tocante ao descarte dos resíduos produzidos pelas atividades agroindústrias, mediante isso o processo de compostagem tornou-se uma ferramenta indispensável para a correta destinação destes resíduos, visando à conservação do meio ambiente.

O aproveitamento dos resíduos agrícolas deve ser feito na própria propriedade, visando à uma melhor gestão de seus recursos. Estes resíduos quando transformados, por meio do processo de compostagem, geram materiais ricos em nutrientes, os quais podem ser utilizados para melhorar as estruturas biológicas (atividade microbiana), físicas (porosidade, melhor capacidade de retenção de água) e químicas (fertilidade) do solo, o que proporciona melhores condições para o desenvolvimento das culturas implantadas. Além disso, diminui a dependência dos agricultores por insumos externo.

Vantagens da compostagem:

  • Aproveitamento dos subprodutos da fazenda;
  • Redução da dependência de insumos externos (menor custo);
  • Aumento da matéria orgânica do solo;
  • Oferta de matéria orgânica ideal (acima de 2,5%);
  • Favorece a atividade biológica do solo;
  • Fonte de nutrientes para as plantas;
  • Ambientalmente melhor, promovendo o uso saudável do solo e da água;
  • Oferta de produtos saudáveis ao consumidor.

Compostagem:

É uma técnica agrícola milenar pela qual se decompõe, em função da ação de microorganismos, materiais vegetais e animal para usá-los como adubo.

Composto:

É um adubo feito por meio de misturas e decomposição de vários materiais de origem animal e vegetal, como os estercos, resíduos das colheitas, restos de plantas invasoras, troncos de bananeiras, cinzas de madeira e de ossos queimados, capins dentre outros materiais que são gerados na propriedade. Quando está pronto para uso, o composto apresenta um aspecto de terra preta, sem odor e com excelentes qualidades nutricionais.


Casca do Guaraná

Dentre os vários resíduos existentes nas propriedades agrícolas, queremos destacar a casca do guaraná, devido sua disponibilidade nas unidades produtivas no Baixo Sul da Bahia e o alto teor de nutrientes em sua composição

O cultivo do guaranazeiro no Baixo Sul da Bahia produz, durante a safra, muitos resíduos que podem ser aproveitados para adubar a própria lavoura. Os cultivos de guaranazeiro, em sua grande maioria, estão implantados em solos depauperados em matéria orgânica, ou esta esgotou-se com o passar dos anos em virtude das consecutivas colheitas e das chuvas. Percebe-se nesses locais, a existência de plantas raquíticas, mal-formadas e com sintomas, muitas vezes, de deficiência nutricional, além da baixa produtividade. Observamos também, que as plantas de guaraná respondem muito bem à adubação natural. Baseado nessas observações empíricas e nas pesquisas promovida pela Embrapa Amazônia (tabela 1), sobre a casca de guaraná, é que recomendamos aos guaranaicultores, no Baixo Sul da Bahia, que realizem a compostagem dos resíduos da produção para posterior adubação das plantas. (figura 1 e 2).

Composição química

Estudo da Embrapa aponta que a casca (polpa) do guaraná contém um grande teor de macronutrientes, devendo-se fazer sua devolução ao guaranazal, visto que, da produção, apenas as sementes são comercializadas. No ensaio realizado pelo Embrapa, o Ν apresentou os maiores teores nos frutos, seguido pelo K. Os outros macronutrientes apresentaram teores semelhantes. O Ν e o P, por exemplo, são elementos mais exportados pela produção, ambos apresentando o índice de 72% de exportação, seguidos pelo S (60%), Mg (46%), Κ (44%) e Ca (40%).m.

Outra análise da casca (polpa) decomposta do guaraná, feita por laboratório particular, corroborou com os dados da Embrapa. Dos 13 elementos essenciais à manutenção e produção das plantas, 11 foram identificados na casca decomposta (tabela 2). 

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